julho 17, 2009

Boletim clínico

Obrigada a visitar mais uma vez o serviço de atendimento permanente de um hospital (leia-se urgência), não posso deixar de sentir o gosto acre de poder pagar cuidados de saúde muito acima da média. Desta vez foi no hospital da Luz, um sítio tão agradável, limpo e silencioso que uma pessoa nem se lembra ao que foi. Tendo saído sem preocupações de maior, também constato que o que me levou lá já se arrasta há um ano, o que é no mínimo incómodo e faz-me duvidar da seriedade de médicos cujos honorários se inclinam para a centena de euro.

Não tem sido um ano fácil, em termos de saúde. Às vezes, sinto que há qualquer coisa muito errada dentro de mim, uma conspiração que, ora esconde a verdade, ora deixa os sinais serem demasiado evidentes. E eu, com uma cabeça dada a fazer filmes e a pensar demais, não sei muito bem o que fazer com esta história toda. Tenho tentado sempre ouvir as vozes que me dizem que vai ficar tudo bem mas a verdade é que este tudo bem dura sempre muito pouco tempo. Aconselhada a ser vista por um especialista, eis que estarei em Coimbra na Segunda à noite para expor o meu caso. Pela trilionésima vez, parece-me. A única coisa que queria era saber exactamente o que fazer, mesmo que a reposta fosse qualquer coisa dolorosa. Até lá, a minha saúde continua a ser uma telenovela mexicana de mau gosto, o sítio mais pantanoso por onde já me movi.

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