julho 02, 2008

Não quero o amor/O que me entusiasma é a boa imitação.

Sentados numa esplanada do largo do Carmo. Digo-lhe que trouxe o mau tempo de longe, ele gosta do tempo assim. Cumprimenta alguém conhecido, desvia o olhar constantemente como se estudasse as pessoas que passam nas minhas costas. Subo as escadas rolantes com um passo hesitante e quebrado, um nervoso muito maior do que o meu corpo aguenta e ele ali está, de olhos semi-cerrados à minha espera. Ele à minha espera. Já não sou eu deitada no escuro a contar os minutos que já passaram, é ele sentado ali. O meu coração não sossega, sinto-me suar. Não tiro o óculos de Sol enquanto estamos juntos. Decoro-lhe os pormenores da cara, os olhos escuros, os cabelos brancos em operação de charme. Se quiser responder com honestidade à pergunta O que faço eu aqui? não posso. E, enquanto viramos costas numa esquina da rua Garrett, só me consigo lembrar de dois versos*. Disso e do dia em que me disse com aquela calma Deixa ficar o colar, deixa-o ficar...

* as palavras de m.r.t. musicadas pel'A Naifa. Outra vez.

1 comentário:

Anónimo disse...

:)


quantas vezes a naifa a soar dentro da minha cabeça em momentos importantes da minha vida. quantas.