outubro 29, 2006

Os últimos dias antes do resto da minha vida





E agora, para contrastar com as semanas de interminável tédio e insuportável inactividade, aparece-me assim uma para me lembrar do que é andar mesmo de rastos. Nem tudo é negro, ainda assim.

Na quarta, as gordas aparecem para me resgatar. Chegam e já vêm cheias de sacos de supermercado e vontade de cozinhar. É a minha deixa para me deixar estar recostada no sofá e esperar que elas dominem as lides culinárias. Comemos, entre as últimas novidades do jet set nacional e os mais recentes reality shows, já que uma das gordas é assistente de produção. Além de não prepararem um prato pouco calórico, ainda me conseguem arrastar pa uma gelataria. E comer uma banana split, o melhor gelado de sempre. Em mesas e cadeiras em forma de gelados, porque elas fizeram questão. E eu a pensar Lá se vão as horas no ginásio. Suspiro.

Na quinta chego ao trabalho e deparo-me com o melhor cenário de sempre: ninguém estava no sexto piso. Nem a mosca que teima em ficar por ali. Não havia lutas pelo ar condicionado, nem estávamos a ouvir a mesma estação de rádio de todos os dias, nem havia uma impressora constantemente a acusar falta de papel. Lembrei-me como é raro estar em silêncio hoje em dia e aproveitei. Durante dois minutos, p'raí.

Depois entro no fim de semana com música e com música da boa, ainda por cima. Fomos até ao Santiago Alquimista ver os Linda Martini e bem, grande concertaço! Só foi pena concluir, mais uma vez, que sou demasiado baixa para quaisquer actividades musicais ou que impliquem espectadores desordenados. Mas foi impagável ver aquela gente toda a cantar o Amor Combate em uníssono. E depois houve a dose ideal de improvisação e de feedback, com o vocalista a insistir em fazer-nos passar uma mensagem de amor. Houve um encontro completamente condenado a não existir (demasiado ruído = comunicação inexistente) mas deu para sacudir o stress acumulado em quantidades industriais.

E hoje houve uma dose cavalar de IKEA, dose essa que não acabou com as minhas visitas lá. Um conselho: NÃO vão ao IKEA aos fins de semana. Mas OK, isto já toda a gente deve saber. Mesmo assim, NÃO vão. Há pessoas a quem a entrada em certos sítios não deveria ser permitida. Eu, claro, não sou uma delas.

2 comentários:

Mike Monteiro disse...

Errr... tanto computador! É algum call center?

M. disse...

Não, felizmente já deixei a época dos call-centers pa trás. Somos o backoffice duma empresa alemã :D E somos muitos, sim. Mas nada de bláblá ao telefone :D