maio 04, 2006

" I can never be free from you
Till I escape the lion's jaw
There's no welcome in the end
There's no reason to return again"

Mirah, Mt. St. Helens

Já tanta gente o perguntou e o Rui Veloso cantou-o mesmo numa canção: será possível amar alguém que não partilhe os nossos gostos musicais? Será possível sentir a harmonia que todos procuramos quando temos ao lado uma pessoa que não faz ideia de quem são os Arcade Fire, por exemplo? Lembro-me que a minha mãe me disse uma vez que essa era uma ideia muito estranha, que isso não interessava para nada e o que contava mesmo era os sacrifícios que todos temos que fazer ou as cedências a que nos vemos obrigados.


Mas eu começo a pensar e, que me lembre, em todas as relações que tive (pelo menos dignas desse nome) havia a partilha dos gostos musicais. Casos houve que em podia mesmo falar de simbiose, tal era a semelhança do que ouvíamos - talvez porque estivéssemos a descobrir tudo ao mesmo tempo. Portanto, não faço ideia do que é estar com uma pessoa que não vibra como eu quando ouço, sei lá, a 'Rosa' do Rodrigo Leão. Depois ocorreu-me um pensamento em direcção contrária: mesmo com os mesmos gostos musicais, ainda não tive a habilidade de manter uma relação tempo (que eu achasse) suficiente ("Too young to hold on and too old to break free and run", já dizia o outro).


Neste momento, tudo aponta para um sucesso na relação decorrente das diferenças entre o casal. Portanto, se num dias destes me virem a passear num carro em que se ouve bem alto qualquer sucesso tecno-pimba de Verão, não estranhem. É tudo uma questão de experimentar.

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