abril 29, 2006

Mentira.

You Belong in Amsterdam

A little old fashioned, a little modern - you're the best of both worlds. And so is Amsterdam.Whether you want to be a squatter graffiti artist or a great novelist, Amsterdam has all that you want in Europe (in one small city).


[Roubado aqui.]

abril 27, 2006

Wien (outra vez...)

Já me tinham dito que ia ser assim.


Primeiro, enviamos currículos como se não tivéssemos mais nada para ocupar o tempo. Gasta-se uma fortuna em selos e envelopes e fotocópias e nascem as primeiras esperanças na cabeça - faz-se mentalmente a lista do que gostaríamos de comprar com um ordenado melhor, prevê-se o dinheiro que seria possível poupar, calculam-se novas despesas.


Depois segue-se o período de incerteza: ninguém perde tempo a responder à correspondência indesejada de uma recém-licenciada. O currículo não demonstra muita experiência profissional, o curso está na prateleira dos conhecimentos inúteis e pouco práticos. As esperanças vão morrendo lentamente, vão como que escorrendo para fora da nossa cabeça e de repente não sonhamos com os electrodomésticos novos e os bilhetes de avião que íamos comprar - remetemo-nos à vidinha desinteressante e monótona de sempre.


E no fim... Bem, no fim aparecem demasiadas coisas ao mesmo tempo. Há entrevistas aos sábados de manhã, há chamadas internacionais recebidas, há possibilidades tão novas que parece impossível. E eu, no lugar de ficar contente, assusto-me e começo a pensar naquilo a que tenho que renunciar e à falta que tantas coisas me vão fazer e em tudo o que tenho que resolver antes de uma hipotética partida. Penso nisto como se fosse sempre a primeira vez - como se não soubesse já que é APENAS uma possibilidade e que ou muito me engano ou a coisa ainda pode dar para o torto.


Vá lá uma pessoa perceber-se.

abril 25, 2006

O tempo que demorou até eu poder ver isto.

Image hosting by Photobucket


Lisa: Oh please. Every time you try to have a normal life, you fuck it up. You're never going to have your little happily ever after moment, no matter how many white veils you put on, honey. You're just too fucked up for all that. Maybe you should just accept it, instead of trying to be something you're not.


[Às vezes é demasiada tristeza num episódio só. George em terapia de choques eléctricos, Brenda a abortar, Claire a passar a ovelha tresmalhada, Ruth a perder as estribeiras, Nate impotente como sempre. Às vezes dói.]

abril 23, 2006

Agora sim, este circo da treta passou a contar com celebridades.

Image hosting by Photobucket

abril 21, 2006

Lie with me (ou tudo o que Nine Songs quis ser e não conseguiu)

Image hosting by Photobucket

[ O actor principal, Eric Balfour, ajudou-me a clarificar a ideia de um homem não particularmente bonito mas intenso]

abril 20, 2006

Bem, no seguimento destes últimos dias mais frouxos, lá consegui encaixar uma ida ao cinema na terça-feira e decidi arriscar um filme que prometia emoções fortes. Decidi-me por Hostel, de Eli Roth porque era patrocinado pelo Tarantino [vénia] e porque precisava de ser abanada de alguma forma. E, como se dizia antes, se o arrependimento pagasse imposto eu estaria completamente carimbada...


Primeiro, gostaria de protestar contra a publicidade enganosa. O facto de associar o nome do Tarantino [vénia] a este belo pedaço de excremento é umas das melhores manobras de publicidade que já vi para promover um filme nos últimos tempos. Confesso que, só de ouvir o nome em trailers ou de vê-lo em cartazes, pensei que fosse realmente algo inovador ou, pelo menos, de qualidade. A sorte é que, com o cartão King, posso ver os filmes que me der na real gana. Mesmo os que não são dignos desse nome.


Em segundo lugar, gostaria de manifestar a minha repugnância por aquilo que vi. Não pelos momentos gore do filme (nem sei se aquilo se pode chamar gore...), nem pela sordidez dos ambientes onde se passavam as chacinas. O que realmente me repugnou foi: a) ter assistido, nos primeiros 45 minutos, a mais um filme da sério 'American Pie' ou derivados, com as mesmas piadas banais, sexuais e machistas; b) pela interpretação ranhosa dos três actores principais, que encarnavam três dos mais estúpidos estereótipos de sempre (o espertalhão, o responsável e o engatatão) e das respectivas acompanhantes, cuja única mais valia era o respectivo par de mamas (natural, por sinal); c) pela trama ser do mais previsível (o diálogo dos três com o maníaco no comboio... Acham que somos assim tão burros?) e não fundamentado possível; d) e pelos momentos de terror, ou pretenso terror, serem tão pouco emocionantes que até a mim, que me borro de medo com tudo, não impressionaram.


OK. Precisava de desabafar. Porque, juro, se tivesse que ter pago para ver este filme talvez estivesse tentada a fazer queixa por não terem respeitado os meus direitos de consumidora. Salvou-se, na minha opinião, a ideia apresentada no final de um local onde o cidadão comum (ou com dinheiro) pudesse satisfazer as suas mais terríveis fantasias demiurgas. Durante alguns segundos, ainda pensei ver algum sentido naquilo que tinha visto mas não. Enganei-me outra vez. Se se quiserem divertir ou martirizar, recomendo-o. Se querem terror a sério, epá... Vejam um asiático qualquer.

abril 19, 2006

Há dias assim. Dias em que nos fazem sentir um pedaço de merda que pisámos e teima em seguir-nos por todo o lado - incómodos e baixos. Dias em que todos os acéfalos de Portugal se reúnem, se organizam e lutam em torno de um único objectivo: fazer a minha cabeça em água. Dias em que tudo o que fazemos no trabalho é ignorado, todos os esforços são menosprezados e em que a agressividade dá lugar à sensação de impotência. Dias em que a vida faz muito pouco sentido, em que não há sinal de que alguma coisa vá mudar. Dias em que me lembro de como eram bons (e maus e desesperantes e inúteis) os dias que passava enfiada debaixo dos cobertores, sozinha, sem querer falar com ninguém. Dias (como no post anterior… Como me repito…) em que nos forçamos a pensar positivo e a aceitar mais uma jornada com um valente sorriso - mesmo que seja um sorriso amarelão. Não me derrotam. Humpf.

abril 16, 2006

Pronto. Esta é uma semana completamente desinspirada, baça. Entre uma entrevista para uma multinacional e a possibilidade (remota) de me mudar para Viena, fiquei no mesmo call center de sempre, a atender os mesmos acéfalos de sempre, com uma paciência que já vai escasseando. Os pontos altos da minha semana foram o facto de finalmente ter conseguido net portátil (o que é, ainda assim, emocionante) e ver a possibilidade de ter uma nova panela de sopa a tornar-se realidade. Não sei se devo ficar feliz por desejar apenas coisas simples ou se devo desfazer-me já em lágrimas com o que vejo para os lados do Futuro. Enquanto não me decido, vou-me arrastando neste limbo profissional e pessoal em que me deitei há tanto tempo.

Eu sei que melhores dias virão. Eu SEI.

abril 09, 2006

Receita para uma noite muito old school

Cerveja mini, média, tango, branca, preta, em copo de vidro e de plástico. Jantar cada-um-faz-o-seu-e-despacha-te-que-o-meu-estômago-está-a-dar-cabo-de-mim. Os Parabéns numa sala apertada, enquanto a outra falava e falava e falava. Pólen e fumo numa esplanada. Jazz pouco entusiasmante naquele labirinto de salas a ameaçarem ruína. Dançar uma morna em fim de noite nos celeiros da cidade. Comer migas de batata, pão e queijo flamengo como se não comessemos há duas semanas. Dormir de sorriso nos lábios.

abril 01, 2006

"Vejam bem... Ando a aturar esta peste há 55 anos..."

Os meus avós paternos fazem hoje 55 anos de casados. Podia ser uma mentira (a data assim levaria a pensar) mas não é. Sentei-me, com um de cada lado, enquanto a minha avó me fazia as queixas dele. O que era admirável era que ela dizia tudo com um sorriso, um sorriso malandro de quem sabe do que fala: que ele já não fazia ideia quantos anos eram, que se esquecia de tudo, que aproveita todos os minutos em que ela não o controla para dormir. Mas não estava cansada dele nem aborrecida - afinal, o casamento é apenas uma questão de boa gestão das tensões entre os dois (ela assim o diria, se conseguisse exprimir-se assim).

Daqui até à ideia que tenho hoje do amor foi um pequeno passo. Não que não acredite (ou não queira acreditar) na fase mais romântica do amor, nas longas horas a pensar noutra pessoa sem fazer mais nada, naquelas
borboletas na barriga. Eu gosto de pensar que numa próxima vez vai ser outra vez assim. Mas também não é menos verdade que a minha ideia de amor hoje é uma coisa muito mais prática, menos idealizada e, acima de tudo, definitiva (ou, pelo menos, estável). Fantasiar é muito bom e viver aquele início em que nos descobrimos um ao outro é uma das melhores sensações que existe. Mas, e aqui entra o meu lado pragmático, qual é o objectivo disso se tudo vai acabar invariavelmente num bater de portas, em algumas palavras gritadas ou não ditas? E depois as pessoas não têm pachorra para projectos de vida em comum e estão pouco dispostas a ceder e a mudar. É uma visão negra, eu sei. Mas será assim só até à próxima vez...