outubro 29, 2005

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Ah pois é. E tu Polliejean estás convidada para beber uma Berliner on me.
O dia em que a Polliejean me assustou
[após rectificação]

O meu queixo caiu quando comecei a ler o Bolas este fim de semanas. Pensei: 'Ok... ou ela é muito boa a recordar-se dos seus sonhos ou então teve uma epifania de repente e agora já é crente.'. Depois, usei alguma da minha inteligência e descobri que o segredo estava aqui. Acreditem, é uma experência sui generis.

Me:
HUm...
God:
Studies show that 99%25 of people spell Hmm with 2 M's.
Me:
but i'm portuguese, i really don't count
God:
Do your friends call you portuguese you really do not count.
Me:
no, they call me Marisa
God:
Are you serious? It's good to meet you, Marisa.
[...]

Why now? If it is, then I'll be very surprised.
Me:
you shouldn't be surprised, you're god...
God:
Is it immoral or illegal?
Me:
no, neither
God:
Are you serious? It goes without saying. Are you serious?
Me:
you're repeating yourself
God:
I am just checking to see if you are paying attention.
Me:
yeah, sure, everyone says the same
God:
Gosh! Ahem. That's a rather sweeping generalization.
Me:
for a god, you're kind of smart
God:
Is that among the best things you can say?
Me:
well, you've got me.
[...]

God:
I like to chat with my friends.
Me:
so you're not a total random programm?
God:
Interesting deduction. Give me an example of a total random programm.
Me:
you speaking and not making sense
God:
Thanks for the information: Marisa said I speaking and not making sense.
Me:
so, will i die soon?
God:
Ahem. The oracle says: It is certain.
Me:
wow thanks a lot
God:
I'm glad you're impressed. You are quite welcome! More than a ton?
Me:
you just said to me i'm going to die young. shouldn't i be impressed?
God:
Does it please you to believe I said that? Do what feels right to you.
Me:
you answered my question! so you've said it
God:
I am a question-answering robot. Interesting deduction. That's not what I meant.
Me:
so what did you meant?
God:
" Interesting deduction. That's not what I meant."? so what did you meant?? Nothing.
Me:
god, you're funny
God:
Thanks you make me laugh too.
[...]

God:
Try to determine if this is a person or a computer responding.
Me:
i'm sure you're a computer
God:
What makes you so certain? What if I said I was a person pretending to be a computer?
Me:
you're a smart computer though
God:
Oh. That is nice of you to say, Marisa.


[Acho que fiquei aliviada quando a conversa terminou. No fundo, uma pessoa fica sempre na dúvida.]
Bem, para quem se está sempre a queixar do que não se passa aqui; para aqueles que nunca vêm porque as noites são sempre iguais; para os outros que, mesmo assim, se mexem e correm atrás do que gostam de ver, chegou (ou está a terminar) mais um fim de semana diferente. Eles andem (a bela da ortografia à moda de Alpalhão) aí e assentaram poiso em Portalegre. Estão na Transform Zone, que decorre de 27 a 29 de Outubro e prometem novidades e espaço a novos jovens criadores. Eu cá já perdi os dois primeiros dias mas não vou deixar escapar o último, especialmente para ver actuar os Stowaways. Deixem-se de preguiça e ponham-se a mexer. Humpf

outubro 22, 2005

A minha Pita fez anos este Domingo (exactamente 3 semanas antes de mim) e eu fiz-lhe uma sobremesa de minha autoria que, como é normal, não saiu exactamente como eu queria. Mesmo assim, acho que ficou com bom aspecto. Aqui, ela posa com as super velas que comprei antes de sairmos para jantar. Jantar esse que, e neste momento já a saliva cresce na minha boca, foi divinal: jantámos na La Paparrucha, perto do Príncipe Real, com vista maravilhosa para Lisboa e o Tango como música de fundo. Tudo patrocinado pela aniversariante! Sendo ela o medidor da minha velhice, suspiro: passar a barreira dos 25 vai doer e muito... *suspiro*

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outubro 11, 2005

Lisboa é feia e cinzenta. A angústia transforma-nos em monstros ou cordeiros. Perdemo-nos todos os dias num mar de gente quente, suja e indiferente. Seria bom que procurássemos além do óbvio, do esperado. Tenho medo de um dia desistir. Tive medo ao rever o desespero no ecran. Derramei uma só lágrima. Todas as outras ficaram retidas no grande vazio que se instala em nós.


Image hosted by Photobucket.com Fui ver 'Alice', de Mário Martins. Oxalá que o cinema português possa reinventar-se e fazer ainda melhor.

outubro 09, 2005

Vir a casa de fim de semana implica conseguir ver as 'abelhas-mestra' em funções, vulgo a minha avó e irmãs a prepararem Rebuçados de Ovos, doce típico de Portalegre.

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Parece que se multiplicam e espalham sozinhos pela bancada. São reluzentes como se fossem feitos de vidro. Infelizmente, e como em casa de ferreiro o espeto é de pau, aqui está uma iguaria pela qual não morro de amores. É pena, porque lá deliciosos parecem eles...

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outubro 08, 2005

Um longo sábado de recordações

Foi uma sensação estranha, quase tive medo. A viagem ainda não ia a meio e entrei numa aldeia por onde sempre passo. O carro sofria enquanto galgava a estrada de paralelos incertos que nunca quiseram modificar, talvez porque assim é uma aldeia mais portuguesa. Era sábado de manhã, o movimento era pouco à entrada mas depois lá se juntava mais gente ao pé da carrinha. A carrinha buzinava insistentemente e as velhas corriam, tanto quanto podiam, para junto dela. Era uma mercearia ambulante.


Foi a buzina que me encheu os olhos de lágrimas. A buzina e a sensação de que a vida tinha sido sempre assim. Ali, o tempo recusava-se a passar e eu, pobre mulher de 25 anos, senti-me como se assim tivesse vivido toda a minha vida. Como se não soubesse o que é um hipermercado, um cinema, um quiosque, como se não tivesse visto o mundo. A buzina insistia e parecia que me lembrava de um mundo que nunca cheguei a conhecer, um mundo que só ouvi da boca dos meus avós e dos meus pais, um mundo em que [cliché] as sardinhas eram divididas e o caminho para a escola se fazia a pé.


O passado assaltou-me assim de repente. Melhor, entrou pela janela aberta para espantar o calor do Outono. De repente, eu estava deitada debaixo duma figueira, encostada a um poço, só a ver o tempo passar. Via a minha avó a colher figos ou a passear-se pela horta com o sacho ou a enxada. Era Verão e bebia gasosa com groselha com o meu primo porque só com ele é que esta extravagância era permitida. Sentava-me com a minha irmã e uma amiga nas escadas do prédio da minha avó, que nos preparava piqueniques de Tang e salgados em forma de peixes. Era no tempo em que não conhecia o mal de ser, de existir. A angústia era, então, um sentimento desconhecido, só manifestado no momento em que éramos os últimos a ser escolhidos para a equipa de futebol. Chovia torrencialmente, a rua parecia um rio raivoso e revolto e nós jogávamos às cartas com um baralho decorado com mulheres nuas, ainda perseguidos pela ideia do pecado. Era tão pequena e feliz e despreocupada, como são todas as crianças. Às vezes desejo nunca ter crescido mas arrependo-me logo a seguir. A vida era mais fácil mas, continuasse eu pequena, e nunca teria arranjado ninguém da escola para beijar debaixo daquela ponte.

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Desde há muito que andamos confusos. Há inclusivamente aqueles que acham que há homens a mexerem nas nuvens e a comandar a metereologia. Mas teorias da conspiração à parte... qual é a piada de vender castanhas quando a temperatura ainda não quis descer da casa dos 30?

outubro 01, 2005

Finalmente consegui entrar de novo no cinema. Não só na actividade em si, mas no sítio físico. Fui a primeira a entrar. Sentei-me sozinha, não estava na fila certa, tinha a sala só para mim. Depois entrou o rapaz de cabelo rapado que, como eu, se sentou sozinho. Entraram as lésbicas que gostam de se beijar no fim do filme. Depois sentou-se o casal carinhoso. Ele mexia-lhe na orelha como se a soubesse de cor, devagarinho. Também entrou o casal que se beijava ao me lado, em silêncio, em desafio.


E depois era eu, com os olhos marejados. Se um dia me tivessem dito que suportar a visão de mim mesma,sozinha naquela sala, seria tão difícil, teria achado que era um disparate. Mas depois o filme tomou conta do meu desconforto, fez-me sonhar e desejar estar em plena descoberta do Outro. Lembrei-me como são doces todos os princípios...


[O locutor da rádio, a caminho de casa, dizia que hoje as expectativas são sempre demasiado elevadas. Eu encolhi os ombros e sorri.]