maio 29, 2005

[Sim o Benfica não fez a dobradinha... Não posso festejar e escrever muito sobre o futebol. Paciência.]


Por mero acaso, encontrei no Soulseek um utilizador (provavelmente alemão) cheio de música alemã (pois então!) e dei por mim a sacar alguns 'sucessos' que costumava ouvir quando vivia em Berlim. Os que ainda aí estão podem confirmar como são músicas sem grande interesse, ainda assim bastante populares entre os alemães (estavam a toda a hora, pelo menos na tv). Mas conseguiram apertar o meu coração, espremê-lo, fazê-lo chorar quase porque me fizeram lembrar de tudo aquilo de que tenho saudades. Desde que tenho as músicas comigo não consigo deixar de as ouvir - como se pudesse fingir que ainda estou lá.
Sou só eu a ser sentimental ou a cidade é mesmo especial? Será que toda a gente que vive no estrangeiro cria laços fortes com a cidade que escolhe? Eu sei que, quanto mais tempo passa, mais eu tenho pena de não ter podido ficar. Quem me dera que a minha (nossa) vida pudesse ter sido outra...
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(um pedacinho de 'casa', daqui)


As festas no barco Hoppetosse em Treptow, entrando de rompante sem pagar. Aquela loja de Obst, Gemüse e Getränke. Os metros sempre a horas. A paisagem industrial da Warschauer Strasse (Pollie :]). O MediaMarkt em Neukölln. Os Alkis à porta do Kaisers. Os cruzeiros no Spree. Precisar de uma lavandaria. A televisão avariada durante tantos meses. A 'nossa' cama. A primeira noite no Privat Club. A Fernsehturm, para onde quer que olhássemos. A neve na 'minha' cidade. O Natal na Friedrichstrasse. Os legumes nos turcos. Os telefonemas para casa. As pessoas que nunca cheguei a conhecer. As saudades de casa. As saudades de Berlim. A cerveja portuguesa no Ecka.O Café San Remo. A Oberbaumbrücke. O mundo todo à minha (nossa) espera.


[Die Fantastichen Vier - Somerregen]
[e outras]

maio 28, 2005

A futilidade bateu a esta porta. Quero ir tomar banho mas assusta-me a perspectiva de não haver amaciador em casa...

maio 27, 2005

As viagens

Hoje vinha no carro, para mais uma visita semanal a casa, e percebi como conduzir é um momento priveligiado para deixar os pensamentos avançar, impiedosos e desordenados. Dei comigo a pensar:


  • que os cheiros são veículos de transporte para outros anos e outros sítios. Já repararam como é bom o cheiro a urzes, giestas, eucaliptos e pinheiros? Da mesma forma, lembrei-me de como os cheiros podem ser nauseabundos e obrigar-me a fazer caretas durante longos quilómetros (se têm algum amor às vossas narinas, evitem a todo o custo a zona que circunda Alcochete e Coruche);


  • na impossibilidade de um dia alguém me oferecer um ramo das minhas flores preferidas, as papoilas. Tanta flor bonita que uma mulher pode escolher e eu havia logo de escolher uma que murcha assim que é colhida...;


  • que, se este ano vou sentir falta da praia com os amigos (e consequentemente dos festivais de Verão), ir à praia contigo e estar deitada contigo na areia vai ser um dos pontos altos do meu Verão;


  • nas (que vão ser as minha últimas) férias grandes. Devia envergonhar-me por ainda ter férias grandes, porque os meninos e meninas da minha idade têm (normalmente) mais juízo que eu mas a verdade é que ainda as vou gozar uma última vez. Logo agora, que planeio passar o Verão a trabalhar... (a ironia disto tudo);


  • que o meu coração está estacionado em Mora, a meio caminho de tudo. Só assim posso estar perto de casa e ao mesmo tempo perto de ti...


(E digam lá se há melhor maneira de chegar a casa do que abrir o frigorífico e achar uma grande tigela de salada de polvo... É mais uma coisa boa de Portugal que a Pollie podia acrescentar à sua lista.)

maio 24, 2005

Isto de não ter net em casa em Lisboa tem destas coisas... Portanto, vou aproveitando os momentos em que posso usar a net na escola para actualizar isto. Mas hoje só quero dizer que, depois da ressaca e dos festejos todos, ainda há mais festa para vir. Viva o Glorioso!

maio 14, 2005

Apesar de estar vestida de verde, de sofrer como uma maníaca, de duvidar sempre da minha equipa, hoje estou feliz. Não sei o que é, só sei que se chama futebol e toma conta de toda a gente.

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O meu Benfica pode ser campeão. E eu vou chorar, 11 anos depois.
É realmente incrível o que uma pessoa consegue inventar para não se entregar aos deveres, às coisas realmente importantes. Tenho as folhinhas que devia estar a decorar à minha frente mas de repente achei que poderia haver coisas mais urgentes ainda para fazer. Usei as desculpas de que já trabalhei hoje e já adiantei umas coisas e afinal a frequência é só na quinta e consegui manter-me sentada, frente ao ecran, a magicar, a inventar. Mas não me saiu nada de estonteante ou de realmente diferente. Só depois de estar a inventariar os mp3s novos é que me ocorreu que podia falar da minha música nova.
Então, o suplemento musical do Borboletas na Barriga 'Música com Borboletas' recomenda três rodelinhas para os vossos discmans (perdoem os que já andam à frente do seu tempo e já estão fartos de ouvir isto e acham que eu devia estar a fazer outra coisa realmente importante com o meu tempo).

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Para quem gosta dos Postal Service, este é um projecto paralelo e, exactamente por isso, não partilha da mesma sonoridade etérea e feliz do grupo principal. Quem gosta e ainda não se fartou de um certo revivalismo dos anos 80, com aqueles teclados que foram fonte de grandes sucessos, este é um bom cd. Recomendado também para quem gosta de mergulhar na melancolia de vez em quando e ficar no quarto, a olhar para o tecto e a recuperar memórias.

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És jovem? Tens energia e não sabes o que fazer com ela? Gostas de dançar, mesmo que tenhas vergonha e só consigas fazê-lo fechado no teu quarto? Pois o Vitalic ajuda-te com isso. É rock electrónico e orgânico, na senda do que Soulwax ou LCD Soundsystem têm vindo a fazer. Assim que a música começa é impossível (pelo menos) não começar a marcar o ritmo.

Image hosted by Photobucket.com Regina Spektor - 11:11
É uma Fiona Apple mais potente e mais jazzy. É uma Norah Jones menos enjoativa, com a sua doçura e cara de boneca mas com muito mais tomates. É uma Meredith Brooks na garra com que agita as canções mas sem ser pindérica nem vocacionada a passar na Mega FM. Ela tem o estilo, voz e o aspecto e continua a ser um segredo bem guardado. Às vezes vale a pena esperar para descobrir coisas.

Na secção 'Discos velhos que eu vou ouvir sempre' resgatei
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porque é bom lembrarmo-nos da adolescência (mesmo que os 14 anos sejam, definitivamente, a idade mais parva do mundo), porque 'El Scorcho' é uma música que absolutamente delirante e porque canto todas as músicas de cor.
Continuo a dizer que os sábados são mesmo bons (mesmo estando longe...). Apesar da pilha dos trabalhos se acumular, há carapaus fritos com migas de couve-flor ao almoço, um café com o meu Franchicola, sossego em casa, música nova a entrar no meu computador e, especialmente hoje, a possibilidade do meu Benfica (Benfiquinha para as manas!) voltar a ser campeão. E depois ainda dizem que a vida é uma chatice.. Pfff.

maio 13, 2005

Estou prestes a ficar mentalmente exausta. Depois de escrever um Referat para Alemão e fazer a (primeira) respectiva apresentação oral, acabei agora um trabalho sobre a Rádio durante o governo de Marcelo Caetano. Eu pensava que podia respirar mas não: há mais uma Aufsatz à cadeira de Alemão VIII e um teste em Alemão VII na segunda; uma oral na terça; uma apresentação do trabalho da Rádio na quarta; uma frequência de Teorias do Drama e do Espectáculo na quinta... AHAhhhhhhhhhhhhhhhhhhaaaaaaaaaaaa! Alguém me acorde quando já estivermos no próximo fim de semana... (em que também não vou poder descansar porque o irmão do D. casa no sábado. Há semanas verdadeiramente de cão :( )

maio 07, 2005

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A minha grande grande amiga Teresa queimou as suas fitas hoje. Ressacada de uma semana de festejos académicos, dizia que não queria ver a cama com medo de lá ficar. Eu não ligo nada a estas coisas de trajes e fitas mas consigo perceber o orgulho que se sente quando se chega a este dia. Infelizmente para os meus pais estas tradições não me dizem nada... Mas não era isto que queria dizer - só queria dizer que gosto muito dela e que me sinto orgulhosa, mesmo não compreendendo como se anda de capote num dia quente de Maio.
(E salta Têtê e salta Têtê olé olé!)
No 1º de Maio, eu e o D. fomos à praia e andámos muito. Ele levava as minhas sabrinas, enquanto eu andava descalça pela areia.

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